A icônica franquia de espionagem tática Tom Clancy’s Splinter Cell está de volta, não nos consoles, mas nas telas da Netflix. Após mais de uma década sem novos jogos principais, a série animada Splinter Cell: Deathwatch surge como uma reinvenção ousada, trazendo o lendário agente Sam Fisher para uma nova era. Criada por Derek Kolstad, o cérebro por trás de John Wick, a série promete equilibrar o legado dos jogos com uma narrativa moderna, violenta e visualmente deslumbrante. Prepare-se para mergulhar novamente nas sombras.
A Conspiração Visual: Produção, Elenco e Estilo de Deathwatch
Transformar um dos jogos mais respeitados da história em uma série de sucesso exige uma equipe de elite. Splinter Cell: Deathwatch reúne talentos de peso para garantir uma transição perfeita. A produção é uma parceria entre a Netflix e a Ubisoft Film & Television, com a Ubisoft mantendo forte controle criativo para proteger seu valioso IP.
A direção, assinada por Guillaume Dousse e Félicien Colmet-Daage, promete uma estética cinematográfica e sombria, inspirada por obras como Ghost in the Shell e a filmografia de Michael Mann. O resultado será um anime 2D com ritmo reflexivo e impacto visual, muito acima do padrão convencional.
Splinter Cell: Deathwatch de Tom Clancy | Trailer oficial | Netflix
O Novo Rosto (e Voz) de Sam Fisher
O coração da série bate com a escolha de Liev Schreiber para dublar Sam Fisher, substituindo a icônica voz de Michael Ironside. Schreiber interpreta uma versão mais velha, grisalha, porém ainda letal de Fisher, que retorna das sombras após anos de aposentadoria forçada. Essa mudança, embora polêmica, visa humanizar o personagem, mostrando suas vulnerabilidades e o custo físico de sua vida de violência.
O elenco de apoio é igualmente estelar, trazendo de volta rostos (e vozes) familiares e introduzindo novos aliados e inimigos:
- Kirby Howell-Baptiste como Zinnia McKenna, a operadora ferida que desencadeia a trama.
- Janet Varney reprisando seu papel como Anna “Grim” Grímsdóttir, a operadora técnica do Fourth Echelon.
- Joel Oulette como Thunder, outro membro clássico da equipe.
- Kari Wahlgren como Diana Shetland, filha de Douglas Shetland e CEO da corporação vilã Xanadu.

Dados Técnicos e de Produção
| Categoria | Detalhes |
|---|---|
| Plataforma de Lançamento | Netflix |
| Data de Lançamento Global | 14 de outubro de 2025 |
| Estúdios de Produção | Ubisoft Film & Television, Sun Creature Studio, FOST |
| Direção | Guillaume Dousse, Félicien Colmet-Daage |
| Roteiro Principal | Derek Kolstad (criador de John Wick) |
| Voz Principal | Liev Schreiber como Sam Fisher |
| Formato e Gênero | Anime de ação/suspense/espionagem 2D |
| Classificação Indicativa | TV-MA (para maiores de 18 anos) |
| Número de Episódios | 8 |
A classificação TV-MA é um aviso claro: espere violência intensa, temas adultos e um tom profundamente sombrio, fiel ao DNA da franquia. A animação, produzida pelos estúdios Sun Creature Studio e FOST, combina técnicas 2D e 3D para criar cenas de ação realistas e visceralmente impactantes.
Desmantelando a Furtividade: A Adaptação Narrativa de Deathwatch
O maior desafio de Deathwatch era transformar a furtividade metódica dos jogos em uma narrativa audiovisual dinâmica. Derek Kolstad enfrentou isso com uma abordagem audaciosa: trocar a furtividade pela ação crua e brutal. Espere perseguições de carro, lutas corpo a corpo intensas e tiroteios.
Mas não se engane, isso não é uma traição ao espírito da franquia. Kolstad descreve Fisher como um anti-herói no estilo de John Wick: não é invencível. Ele sofre, é ferido e paga um preço alto por suas ações. Essa vulnerabilidade humaniza Fisher e coloca o foco na moralidade de suas decisões em um mundo onde “não há boas opções, apenas diferentes graus de errado”.
A estrutura da história também é mais pessoal. Em vez de missões isoladas, a série acompanha Fisher saindo de sua aposentadoria após um pedido de socorro de Zinnia McKenna. O mote do trailer, “Uma vez acostumado às sombras, você vê as pessoas más pelo que elas são. E elas nunca verão você chegando”, aponta para uma trama de vingança e vigilância, explorando o custo psicológico de uma vida nas sombras.
O Legado em Nova Forma: Conexão com os Jogos Originais
Deathwatch demonstra um profundo respeito pelo legado dos jogos, servindo como uma continuação direta dos eventos de Tom Clancy’s Splinter Cell: Chaos Theory (2005). O primeiro trailer já revelou a sepultura de Douglas Shetland, o aliado que se tornou traidor, estabelecendo imediatamente o peso do passado de Fisher.
A trama avança com os filhos de Shetland, Diana e Charlie, agora à frente da corporação Displace International, envolvida em uma nova e perigosa conspiração global. A presença de personagens clássicos como Anna “Grim” Grímsdóttir e Thunder serve como uma âncora nostálgica, conectando o espectador ao universo familiar do Fourth Echelon.
O vilão corporativo, Diana Shetland, representa uma evolução natural das ameaças da franquia. Como CEO da Xanadu, uma empresa de “tecnologia verde”, ela personifica as ameaças geopolíticas contemporâneas, manipulando poder e informação em eventos globais como uma falsa conferência climática “Cop 31”.
Elementos simbólicos, como os icônicos óculos de visão noturna de Fisher (até em cenas subaquáticas!), e o próprio título “Deathwatch” (referência ao sistema de alerta dos jogos) garantem que a essência tática da franquia permaneça intacta, mesmo em um formato de ação mais acelerado.
O Agente Obsoleto: Temas Centrais e Relevância Moderna
O tema central de Deathwatch é a obsolescência. Sam Fisher e o Fourth Echelon são descritos como “análogos num mundo digital“. Enquanto o conflito moderno é travado em redes cibernéticas e câmaras de compensação, Fisher ainda confia em balas, facas e cortar cabos. A série explora a dor e a dificuldade dessa transição, questionando a relevância de métodos brutais em um mundo dominado por IA e corporações globais.
Este tema se expande para explorar a complexidade moral da guerra híbrida. Em um mundo onde “inimigos viraram aliados e vice-versa”, as decisões de Fisher são cada vez mais difíceis, forçando-o a escolher entre opções igualmente ruins. A série apresenta um Fisher marcado, confrontado constantemente com o custo humano de suas ações, um anti-herói mais realista e trágico.
A ambientação em uma “roadtrip” pela Europa Oriental e o foco em temas como desinformação e controle de energia colocam a história em um contexto geopolítico atual, transformando o conflito de uma simples caçada a terroristas em uma crítica ao poder concentrado nas mãos de gigantes tecnológicos.
Por fim, a série mergulha na solidão e no isolamento do agente secreto. Fisher vive como um recluso, tentando escapar de seu passado. Sua volta à ativa é um reconfronto doloroso com as sombras que o perseguem, explorando sua busca por redenção ou, pelo menos, por uma paz temporária.
O Futuro da Espionagem Tática: Implicações para a Franquia
Splinter Cell: Deathwatch é muito mais que uma adaptação; é uma reinicialização estratégica para toda a franquia. Ao ser lançada globalmente na Netflix em formato de anime, a série tem o potencial de alcançar um público vasto, incluindo aqueles que nunca jogaram um Splinter Cell.
Com o cancelamento do filme live-action, Deathwatch torna-se o principal veículo narrativo para o futuro de Sam Fisher. Sua ambientação décadas após os jogos cria um “espaço limpo” para novas histórias, podendo servir como uma ponte para sequências em anime, filmes live-action ou, idealmente, novos jogos.
O sucesso da série pode influenciar a Ubisoft a adotar uma estratégia de expansão multi-plataforma para seus IPs. Os temas explorados em Deathwatch — a luta entre o analógico e o digital, a obsolescência — oferecem um terreno fértil para um possível novo jogo, que poderia explorar como Fisher se adapta (ou resiste) a uma era de IA e robótica militar.
Em resumo, Splinter Cell: Deathwatch é a chave para reacender a chama da franquia. Seu lançamento em 14 de outubro de 2025 é a oportunidade perfeita para os fãs (e novos espectadores) voltarem às sombras com um Sam Fisher transformado, em uma aventura que promete ser mais pessoal, mais violenta e mais relevante do que nunca.Outros artigos que você possa se interessar























