SISU: ROAD TO REVENGE, a sequência do sucesso original SISU. Retornando à casa onde sua família foi brutalmente assassinada durante a guerra, “o homem que se recusa a morrer” (Jorma Tommila) a desmonta, carrega-a em um caminhão e está determinado a reconstruí-la em algum lugar seguro em sua homenagem. Quando o comandante do Exército Vermelho que matou sua família (Stephen Lang) retorna determinado a terminar o trabalho, uma perseguição implacável e de tirar o fôlego pelo país se inicia – uma luta até a morte, cheia de cenas de ação inacreditáveis.
- O Arco de Aatami Korpi
- Jorma Tommila: Trajetória e Desempenho
- Estética Cinematográfica da Violência
- Influências e Paralelos com Rambo
- Panorama Geral: Impacto e Futuro da Franquia
No primeiro filme, a motivação de Aatami Korpi é puramente pragmática: recuperar o ouro roubado por nazistas na Lapônia finlandesa. Já em Road to Revenge, ambientado em 1946 na Carelia ocupada pelos soviéticos, seu objetivo é transportar e reconstruir a cabana de sua família — um ato simbólico de luto, honra e resistência contra o oficial soviético Igor Draganov, responsável pelo massacre de seus entes queridos.
Franquia SISU
Sisu (2023) | Sisu: Road to Revenge (2025) | |
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Enredo Principal | Ouro roubado por nazistas; vingança solitária. | Reconstrução da casa da família; perseguição por soviéticos. |
Motivação Central | Recuperar o ouro. | Vingar a família e preservar a memória. |
Antagonista | Destacamento nazista anônimo. | Comandante Igor Draganov (Stephen Lang). |
Ambientação | Fim da Segunda Guerra, Lapônia. | Pós-guerra (1946), Carelia sob ocupação soviética. |
Ton Narrativo | Western finlandês brutal. | Drama de vingança com luto e legado familiar. |
O Arco de Aatami Korpi: Da Vingança pelo Ouro à Vingança Familiar
Aatami Korpi evolui de um garimpeiro solitário movido por ganância para um símbolo de resiliência nacional. Em Sisu, ele é uma força da natureza quase mítica — “o imortal” — cuja única lei é a sobrevivência. Já em Road to Revenge, sua jornada é profundamente humana: carregar pedra por pedra a casa destruída é um ato de amor, memória e resistência cultural.
Seu confronto com Draganov não é apenas físico, mas psicológico — dois veteranos marcados pela guerra, cada um carregando o peso de seus crimes e perdas. Essa camada emocional transforma Aatami de um anti-herói em um herói trágico, cuja violência serve a um propósito maior: honrar os mortos.
Jorma Tommila: Trajetória e Desempenho na Franquia Sisu
Antes de Sisu, Jorma Tommila já era um rosto conhecido no cinema nórdico, com papéis em produções como Caçada ao Presidente. Sua experiência em papéis físicos e intensos o preparou perfeitamente para interpretar Aatami Korpi — um personagem quase mudo, cuja atuação se baseia em expressão corporal, olhar e presença.
Em Road to Revenge, seu desempenho ganha profundidade emocional. Ele transmite luto, determinação e dor com mínimos gestos, tornando Aatami não apenas um ícone de ação, mas um símbolo de resistência finlandesa. Sua parceria com o diretor Jalmari Helander — que escreveu o papel pensando nele — é essencial para a credibilidade e impacto do personagem.

Estética Cinematográfica da Violência
A direção de ação em Sisu: Road to Revenge eleva o maximalismo a um novo patamar. Enquanto o primeiro filme usava violência criativa e realista, a sequência abraça o “splatstick” — uma mistura de humor absurdo, violência gráfica e coreografia exagerada, inspirada em Mad Max: Estrada da Fúria e até em desenhos animados como Looney Tunes.
Planos longos, perseguições com trens, aviões e tanques, e cenas filmadas em takes únicos (como os tiroteios no trem) demonstram um domínio técnico impressionante. A fotografia, mais vibrante que no original, contrasta com o tema sombrio, criando uma estética única: brutal, mas divertida; épica, mas íntima.
Influências e Paralelos: Sisu, Rambo e o Anti-Herói Solitário
Sisu nasceu como uma homenagem ao espírito do primeiro Rambo: um veterano traumatizado, isolado, forçado a lutar contra um sistema opressor. Aatami Korpi é, de fato, o “Rambo finlandês” — mas com nuances culturais distintas.
Enquanto Rambo luta por redenção, Aatami luta por memória. Enquanto Rambo é um produto do Vietnã, Aatami é um produto da Guerra de Inverno e da Continuação — conflitos que moldaram a identidade finlandesa. A sequência reforça essa ligação, mas aprofunda o drama familiar, evitando os excessos políticos dos filmes posteriores de Rambo.
A comparação com John Wick também é válida, especialmente na estrutura de “homem retirado da paz forçado a voltar à violência”. Porém, Sisu é mais cru, mais enraizado em trauma histórico e menos estilizado que o universo de Wick.
Sucesso e Futuro da Franquia Sisu
Sisu foi um sucesso crítico (94% no Rotten Tomatoes) e comercial, com orçamento modesto de US$ 6,5 milhões. Já Road to Revenge teve orçamento ampliado para €11 milhões e estreia global pela Sony, sinalizando ambição de franquia internacional.
A recepção foi ainda mais positiva: 100% de aprovação da crítica e elogios como “a melhor sequência de ação desde John Wick: Capítulo 4”. O diretor Jalmari Helander já sinalizou interesse em uma prequela e até em um terceiro filme. Além disso, ele foi escolhido para dirigir um prequel de First Blood, reforçando sua ligação com o legado de Rambo.
Com Jorma Tommila consolidado como um novo ícone de ação global, a franquia Sisu tem potencial para se tornar um marco do cinema nórdico moderno — uma fusão única de brutalidade, honra e “sisu”.
