Pluribus: Quando o Apocalipse vem do espaço com sorrisos e conexão coletiva

Pluribus: Quando o Apocalipse vem do espaço com sorrisos e conexão coletiva

por | nov 16, 2025 | Séries

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O que é Pluribus?

E aí, galera! Hoje a gente vai falar sobre Pluribus, a nova série da Apple TV que tá bombando na cena sci-fi. Quem assina essa maravilha? Nada menos que Vince Gilligan, o mesmo gênio por trás de Breaking Bad e Better Call Saul. Se você curte uma ficção científica que te faz pensar, essa é pra você.

A série tem 9 episódios e traz uma premissa que parece familiar, mas com um twist moderno: cientistas recebem um sinal do planeta Kepler 22b. Eles analisam e percebem que o sinal é um codigo de sequencia de DNA. Em um laboratorio, cientistas fazem testes em ratos com inserção doa nova sequencia de RNA nos roedores, mas algo dá muito errado. Os infectados começam a disseminar o vírus se espalha rapidamente, transformando a humanidade em uma mente coletiva e comportamento de colméia. A protagonista é Carol Sturka (interpretada pela incrível Rhea Seehorn), uma romancista de Albuquerque que, por alguma razão, é imune a essa transformação.



O que mais me chamou atenção é que o apocalipse em Pluribus não vem com explosões e gritos, mas com… sorrisos forçados e muita gentileza. Os infectados não são zumbis violentos, mas pessoas super educadas e “felizes” que querem que você se junte a elas. É um horror disfarçado de utopia, e isso é perturbador pra caramba!

Se você é fã de clássicos como eu, já deve ter percebido a referência: Pluribus é uma reinvenção moderna de “Invasão dos Corpos Sucedâneos” (1956). No filme original, alienígenas substituem humanos enquanto dormem, transformando pessoas em cópias sem emoção. Era uma alegoria do medo do comunismo na Guerra Fria.



Mas aqui tá o detalhe genial: Pluribus inverte o conceito. Enquanto nos filmes antigos os “pod people” eram frios e sem emoção, na série da Apple TV o coletivo é alegre, gentil e fala muito. Carol até chama eles de “Pod People” em um episódio, num piscar de olho direto para os fãs do gênero.

Nas versões antigas, os invasores prometiam um mundo “sem problemas, sem amor, sem desejo, sem ambição”. Em Pluribus, a proposta é semelhante mas modernizada: “sem ódio, sem medo, sem ansiedade”. A diferença crucial? O inimigo não vem de fora – ele já está dentro de nós, na nossa vontade de pertencer e ser aceito.



Agora, trekkies, segurem-se! Pluribus também dialoga com um episódio clássico de Star Trek: “Este Lado do Paraíso” (temporada 1, episódio 25). Nesse episódio marcante, a tripulação da Enterprise encontra um planeta onde habitantes são controlados por esporos alienígenas que os deixam eufóricos e sem preocupações.

Star Trek: "Este Lado do Paraíso" (temporada 1, episódio 25)

O paralelo mais interessante é com Spock. Quando ele é infectado pelos esporos, finalmente consegue expressar as emoções que sempre reprimiu como vulcano, e se reencontra com seu amor de juventude, Leila Kalomi. Assim como em Pluribus, a “infecção” traz felicidade e paz, mas custa a individualidade e o livre-arbítrio.

A diferença entre as duas obras está no tom. Enquanto Star Trek termina com a quebra do controle dos esporos e uma nota melancólica para Spock (que perde a chance de ser feliz), Pluribus mantém o dilema em aberto: será que a felicidade forçada vale o preço de perder quem você é? A série questiona se, num mundo tão dividido, não estamos todos um pouco seduzidos pela ideia de uma harmonia perfeita, mesmo que isso signifique apagar nossas diferenças.

O que torna Pluribus tão relevante é como ela reflete nossos medos contemporâneos. Numa era de redes sociais, polarização política e busca incessante por conexão, a série pergunta: até que ponto estamos dispostos a abrir mão de quem somos para nos encaixar?

Diferente dos clássicos que retratavam o medo de uma invasão externa, Pluribus mostra uma ameaça interna. O coletivo não se apresenta como inimigo – eles insistem que ainda são humanos, só que “conectados”. É o lema americano “out of many, one” (de muitos, um) levado ao extremo literal.





A série também explora um fenômeno moderno: a pressão por ser constantemente positivo. Nossa cultura atual muitas vezes patologiza sentimentos como tristeza e raiva, enquanto a série questiona se a verdadeira humanidade não está justamente nesses “defeitos” que nos fazem únicos. Carol luta não só pela sobrevivência, mas pelo direito de ser uma bagunça, de ter emoções complexas e imperfeições.

Além do conceito brilhante, Pluribus tem três pontos que a tornam imperdível:

Por quê assistir?O que esperar
Direção de Vince GilliganQualidade narrativa impecável, personagens complexos e finais que fazem você pensar por dias.
Atuação de Rhea SeehornEla dá vida a Carol Sturka de forma fenomenal, transmitindo toda a frustração, exaustão e heroísmo relutante de alguém que não quer ser a salvadora do mundo.
Equilíbrio de gênerosMistura horror, suspense, ficção científica e comédia negra de uma forma que mantém o espectador sempre no limite. O horror não vem de sustos baratos, mas da inquietação de ver um apocalipse onde todo mundo está sorrindo.

Pluribus não dá respostas fáceis. Ela desafia o espectador a pensar: você lutaria para manter suas imperfeições se todos ao seu redor escolhessem a perfeição? Num mundo onde somos constantemente pressionados a nos adaptar e ceder, a série é um lembrete poderoso do valor da individualidade e da beleza em sermos, gloriosamente, humanos e falhos.

Se você curte ficção científica que vai além dos efeitos especiais e mergulha nas questões humanas, Pluribus é uma experiência que vai te marcar. Afinal, em um mundo que quer nos transformar em versões perfeitas e conectadas de nós mesmos, talvez a verdadeira rebelião seja simplesmente… sermos quem somos, com todas as nossas imperfeições.

Pluribus entrou em exibição em 7 de novembro de 2025 na Apple TV

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