A ficção científica sempre foi um gênero capaz de expandir os limites da imaginação, explorando cenários apocalípticos e questionando a condição humana. A série argentina “O Eternauta”, que estreia em 30 de abril na Netflix, é mais uma prova disso. Composta por seis episódios, a produção promete levar o espectador a um mundo onde a sobrevivência não é apenas uma questão de força física, mas também de coragem moral e resiliência.
A trama se desenrola em Buenos Aires, uma cidade que raramente vê neve – apenas três registros históricos até então. Mas algo muda quando flocos de neve começam a cair inesperadamente. No início, parece um fenômeno belo e único, mas rapidamente revela sua natureza mortal. Qualquer ser vivo tocado pela neve morre instantaneamente, causando milhões de mortes e mergulhando a cidade no caos. Não se trata de uma guerra nuclear ou de um desastre natural comum, mas de algo muito mais sinistro. Os sobreviventes, forçados a usar máscaras de gás e roupas protetoras, enfrentam uma ameaça invisível e implacável que parece acompanhar cada passo dado.
No centro dessa luta está Juan Salvo, interpretado por Ricardo Darín, um dos atores mais renomados da Argentina. Salvo emerge como líder de uma resistência improvisada, determinado a proteger os poucos que ainda vivem e desvendar os mistérios por trás da nevasca letal. Sua jornada é tanto física quanto emocional, enquanto ele tenta equilibrar a esperança com as duras realidades de um mundo à beira do colapso total.
Baseada na icônica graphic novel homônima escrita por Héctor Germán Oesterheld e ilustrada por Francisco Solano López, “O Eternauta” é uma adaptação cuidadosa que busca preservar a essência da obra original. Publicada originalmente entre 1957 e 1959, a história ganhou reconhecimento internacional ao longo das décadas, sendo premiada com o Eisner Award. Para Bruno Stagnaro, criador e diretor da série, adaptar esse clássico foi uma tarefa pessoal. Ele descreveu o impacto que a graphic novel teve sobre ele quando criança, destacando a emoção de viver uma aventura épica nas esquinas de seu próprio bairro. Essa nostalgia guiou sua abordagem para a série, que busca capturar a mesma sensação de descoberta e heroísmo que encantou tantos leitores ao longo dos anos.
Além de Darín, o elenco inclui nomes talentosos como Carla Peterson, César Troncoso e Andrea Pietra. Cada personagem contribui para a narrativa coletiva de resistência e humanidade em meio ao desespero. A química entre os atores e a atmosfera sombria criada pela direção garantem que o público se conecte profundamente com suas lutas e dilemas.
A série também explora temas universais, como a fragilidade da vida humana frente a forças desconhecidas e o poder da união em tempos de crise. Ao mesmo tempo, ela reflete aspectos culturais específicos da Argentina, tornando-se uma obra que dialoga tanto com o público local quanto com espectadores globais. A escolha de locações reais em Buenos Aires acrescenta autenticidade visual à produção, transportando o espectador diretamente para o epicentro da catástrofe.
Com uma narrativa envolvente e uma ambientação única, “O Eternauta” promete ser uma adição marcante ao catálogo da Netflix. A combinação de elementos clássicos da ficção científica com uma perspectiva cultural distinta faz desta série uma experiência cinematográfica imperdível para fãs do gênero e curiosos de todas as idades.
O Eternauta série de ficção científica argentina com 6 episódios e lançamento previsto em 30 de abril na Netflix